Mima, mas não estraga
Carinho é fundamental, mas tratar o cachorro como um bebê pode resultar em problemas comportamentais.
Foi-se o tempo em que o lugar do pet era fora de casa ou na área de serviço. Gatos e cachorros estão cada vez mais presentes na rotina da família, mas é preciso manter o equilíbrio nesta relação para não tratá-los como humanos e gerar problemas. “Os gatos são independentes por natureza. Essa resistência faz com que o contato deles com o dono não chegue a níveis tão perigosos, como acontece com os cachorros, que são extremamente sociais”, explica o zootecnista especialista em comportamento animal Alexandre Rossi.
Tratamentos estéticos para cães, como alisamento de pelo e banho de ofurô, e os produtos (roupinhas, acessórios e até carrinhos de passeio!) são sinais de alerta. “Essas coisas fazem bem para as pessoas, mas não necessariamente para os bichos”, diz.
Segundo Alexandre, pesquisas científicas comprovam que, ao olhar para um cachorro, as pessoas sentem emoções parecidas às de quando olham para um bebê. O dono transfere o instinto maternal para o pet, compra produtos e serviços supérfluos e que podem lhe fazer mal. “Levar um cão para passear dentro de um carrinho pode privá-lo de atitudes inerentes ao seu comportamento, como cheirar coisas pelo caminho e fazer exercício”, afirma.
O excesso de mimos também pode ser prejudicial. “Quando contrariados, cães muito mimados podem manifestar agressividade com as visitas e, inclusive, com os donos. Isso é comum acontecer com cachorros pequenos que estão sempre no colo”, explica. Impor limites é importante. “Assim, o animal terá um convívio melhor, será mais obediente e saudável, do ponto de vista psicológico.”
Fonte: revistacasaejardim